“CONSELHO SALUTAR”

Alguém, disse que “a iniciativa é a chave que abre a porta da oportunidade”. “Iniciativa” é aquilo que dá lugar ao início de algo. Trata-se do primeiro passo de um projeto ou do ponto de partida de alguma ação. A iniciativa espiritual pode ser definida como uma “propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível, à procura de um sentido de conexão com algo maior que si próprio”. A espiritualidade pode ou não estar ligada a uma vivência religiosa. Atualmente, a espiritualidade tem sido bastante estudada no que se refere às suas relações com as saúde humana. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem aprofundando as investigações sobre a espiritualidade enquanto constituinte do conceito multidimensional de saúde; atualmente, o bem –estar espiritual vem sendo considerado mais uma dimensão do estado de saúde, junto às dimensões corporais, psíquicas e sociais.

“Salutar” está relacionado com a saúde, algo útil e favorável para preservar a saúde e a vida. Salutar significa tudo o que é benéfico à preservação da vida saudável. Os “Conselhos Salutares” estão relacionados com algo que consola, dá alívio, que fortifica a mente ou o estado de espírito de uma pessoa. Os psicólogos são profissionais que trabalham com o uso de Conselhos Salutares, na tentativa de tratar quadros emocionais conflitantes, cuja finalidade, é sempre conseguir dar ânimo à vida. Não há quem não necessita de afeto e apreciação. É uma das necessidades básicas de todos os homens. No entanto, quando sobrepuja a auto- estima, torna-se nociva. Durante a Segunda Guerra Mundial, Victor Frankl, hoje conhecido psiquiatra, viu-se atirado ao campo de concentração de Auschwitz, tristemente famosos pelas barbaridades ali perpetradas pelos nazistas. Os sofrimentos por que passavam os que ali estavam ( dos quais poucos escaparam com vida) conduziam as pessoa a uma condição sub-humana.

Depois de algum tempo de internação, pessimamente alimentados, sob trabalhos forçados, sem agasalho, longe de todos os entes queridos, perdiam até a noção do tempo. Não saberiam dizer se ali estavam havia duas semanas ou dois anos. Transformaram-se em pobres farrapos humanos despojados de qualquer dignidade. Muitos, não suportando os sofrimentos, procuravam a morte nas cercas eletrificadas; outros, sem ânimo até para isso, deixavam-se ficar, como que alheios a tudo, semi- enlouquecidos. Os horrores desses campos de concentração já foram suficientemente narrados por vários autores. Creio que o leitor tem, ao menos uma ideia do que foram tais infernos feitos por mãos humanas. Em meio a tudo isso, Frankl sentiu uma energia interior maior, a qual lhe permitia enfrentar, com um pouco mais de ânimo, a situação. Verificou que, no seu próprio caso, tal força provinha da esperança de encontrar a esposa amada; de continuar suas pesquisas interrompidas pela guerra. E era, também, a esperança de continuar um trabalho parado em meio, de atingir um objetivo que se buscava com intensidade, que diferenciava os de espírito mais resistente daqueles que se entregavam à mais completa desesperança.

Quando libertado, valeu-lhe a terrível experiência para desenvolver nova teoria psiquiátrica e um sistema terapêutico que chamou de “Logoterapia”. A essência desse sistema baseia-se na conclusão a que chegou Frankl de que um objetivo definido na vida é essencial para o salutar perfeito da saúde mental. Já o dissera Jung, outro grande psiquiatra, discípulo de Freud: “Cerca de um terço dos meus pacientes não sofre de neurose clinicamente definíveis, mas devido às suas vidas vazias e sem sentido. A vida sem sentido, o trabalho inútil e sem finalidade, são verdadeiramente insuportáveis. Dostoievski, o genial escrito russo comentou: “Já me ocorreu uma vez, que, se procurasse esmagar, castigar um homem da maneira mais implacável, se quisesse fazer com que ante esse castigo o pior dos fascínoras tremesse, antecipadamente, bastaria dar ao seu trabalho um caráter de inteiro absurdo, de absoluta inutilidade”. É preciso ter uma iniciativa para dar a meia volta de sua caminhada rumo à morte e procurar descobrir ou redescobrir um sentido para a sua vida e, ao fazê-lo, encontrará a cura. Lembre-se o que disse Disraeli: “A vida é curta demais para ser pequena”.

“REVERENDO E ENGENHEIRO: JONAS GOES CUNHA JR.”  

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