“GERAÇÃO DE ENOS”

“A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o Nome do SENHOR”. (Gn 4.26)

Sete é, segundo a Bíblia, o terceiro filho de Adão e Eva e irmão de Caim e Abel, sendo considerado o Patriarca de um Sistema de Valores para futuras gerações. Na avaliação moral das ações, interessa sobretudo determinar o motivo da intenção da vida. O Propósito, o desígnio, o objetivo, a vontade ou plano que se encontra programado ou que se pretende atingir para o nascimento de uma criança. O homem é livre para escolher obedecer ou desobedecer a Lei Moral, mas ele não é livre para criar a própria Lei, pois, a Lei de Deus é colocada dentro do próprio ser humano para o Animar. A noção de avivamento é o resultado de “Avivar”. Reavivar consiste em voltar a avivar. Portanto, O Espírito Santo de Deus dá o vigor, a energia original para quem tem o direito pela vida.

Enos nasceu em um momento muito especial, quando se formava na sociedade humana uma distinção muito nítida entre os filhos de Deus, descendentes de Sete, e os filhos dos homens, descendentes de Caim. A escolha dos Princípios Morais de cada uma dessas linhas hereditárias era clara: havia uma diferença capital entre duas descendências. Quanto aos descendentes de Sete, o registro bíblico informa que após o nascimento de Enos, “daí se começou a invocar o Nome do SENHOR”. E da descendência de Enos veio Enoque, que buscou a Deus tão intensamente e com tanta intimidade, que foi trasladado para os Céus, e não foi mais encontrado na Terra, pois “Deus o tomara parra Si”.

Enos significa “homem” literalmente, embora seja possível atribuir outras acepções como mortal, ser humano ou ainda aquele que vive. Portanto, Enosh em hebraico significa “Raça Humana”, que não sabe seus dias de vida, que não tem poder para tornar o cabelo branco ou preto, o homem enquanto criatura dependente de Deus, que não tem poder de se tornar infinito. O dever de ser honesto de todo ser humano, é a sua conduta que tem Valor Moral. Cada ser humano tem o dever de se auto-preservar. Portanto, é a intenção que marca a moralidade da ação, é dever de cada homem fazer a coisa certa em Nome do SENHOR, para futuras gerações. “Filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, e Adão de Deus”. (Gn 5.6,11; Lc 3.38)

A qualidade da intenção presente nas ações, o caráter do motivo, o exercício do dever pelo dever, quando se resiste ao motivo do reagir seguindo inclinações de interesse próprio, ou quando se reage por compaixão ou altruísmo, então se está agindo de forma livre, obedecendo a uma boa vontade autônoma, que não são governadas ou determinadas por considerações egoístas. Enos nasceu para avivar um povo desanimado pela corrupção de seu irmão Caim. Avivamento é o ato de se avivar, ou seja, de se tornar mais vivo, mais ativo, mais intenso, despertado e nítido. Este é um termo bastante usado no âmbito cristão para se referir ao período de Renovação. “Se começou a invocar o Nome do SENHOR”.  Quando parecia que a geração de Caim tinha as chamas controladas, a Presença do Espírito Santo de Deus produziu o Reavivamento das Chamas através da geração de “Enos”.

Assim prosseguiu o mundo através de gerações. Faraó sobrecarregou e afligiu o povo hebreu para que não tivessem forças, saúde e tempo para se multiplicarem. Mandou também matar toda a linhagem do povo hebreu. Mas uma criança sobreviveu para libertar o povo, Moisés. Tentaram corromper a linhagem humana para tornar impossível a descendência de Deus. Mas, de geração em geração a origem da vida foi preservada. A descendente da mulher seria o que esmagaria a cabeça do inimigo, e hoje se sabe que o Reino do SENHOR Reina. O “Filho do Homem”veio para dar o direito à vida, daí se começou a invocar o Nome do SENHOR pela descendência de uma nova geração. Os meninos “Santos Inocentes” são chamados de os primeiros mártires cristãos. “Ouviu-se um clamor em Ramá, choro e grande lamento; era Raquel chorando os seus filhos. E não querendo ser consolada, porque eles já não existem”. (Mt 2.16,17; Jr 31.15)

O choro de Raquel se refere ao choro de todas as mães prefigurando o desespero de ser ouvido em um lugar tão distante como Ramá. Ramá ficou marcada pela tragédia da morte de crianças, por mando de Herodes. Nenhuma criança foi poupada da espada e em apenas um dia a matança se realizou gerando pranto e grande choro das famílias. A vida é esse desafio rude e pesado, de pessoas como Herodes que se levantam para desgraçar a vida de todas as famílias. O “Cordão” alcança até os insondáveis lugares da eternidade, onde apenas o SENHOR Deus tem acesso para de lá revestir do impossível a dor de uma mãe que chora pela sua criança. Mães que se recusam apela consolação humana, porque a nenhum ser humano foi dado poder de ser “Consolador”, de curar uma alma das calamidades espirituais. Ramá significa “lugares altar, elevados. Portanto, Raquel representa a geração de Enos, que “estender a corda ou cordão” da esperança, porque nenhum homem tem o direito de ferir a face de Deus, ao impedir uma criança de receber o Plano da Salvação. “Multiplicando-se dentro de mim os meus cuidados, as Tuas Consolações Reanimam a minha alma”. (Sl 94.19)

Em Romanos 5.19 diz: “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” Consolador significa “Pessoa chamada para acompanhar”. Pela obediência do “Filho do Homem” o “Consolador acompanha famílias dolorosas com “Gemidos Inexprimíveis. Estes gemidos inexprimíveis não cabem em palavras, racionalmente e humanamente, pois são  sentimentos profundos.  O ser humano tem sempre diante de si dois caminhos a escolher: o do bem e o do mal. Tem sempre duas vontades: a própria e a de Deus. Caim escolheu a vontade própria; Enos escolheu a vontade de Deus. Caim fez uma escolha egoísta; Enos fez uma escolha altruísta. Caim escolheu a morte; Enos escolheu a vida. Nenhum ser humano pode escolher o princípio do egoísmo, e queixar-se dos resultados, das consequências. Não pode escolher a morte, e queixar-se quando ela aproximar-se. Não pode escolher o caminho da perdição, e queixar-se quando for lançado no inferno. Uma vez bem compreendida a decisão tomada, a pena torna-se perfeitamente explicável. Para o choro de Raquel em Ramá, a alegria veio por uma Criança que foi Salva para Salvar todas as criancinhas. “Assim diz o SENHOR: reprime a voz de choro, e as lágrimas de teus olhos, porque há galardão para o teu trabalho, diz o SENHOR, pois eles voltarão das terras do inimigo. E há esperança no derradeiro fim, para os teus descendestes, diz o SENHOR, eles voltarão para casa”. ( Jr 31.16,17)

“MÔNICA DRUZIAN”

Ref:

A.B.Langston- Esboço de Teologia Sistemática

 

 

 

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