“POR QUEM OS SINOS DOBRAM”PSICOPEDAGOGIA ATRAVÉS DA PALAVRA “POR QUEM OS SINOS DOBRAM?” “E, estando por detrás, aos Seus pés, chorando, começou a regar-Lhe os pés com lágrimas, e enxugava- Lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-Lhe os pés, e ungia- Lhos com o unguento”. (Lc 7.38) Nos repiques dos sinos há informações, e essa linguagem, cheia de mensagens cifradas, leva a pergunta óbvia, assim que os sinos de uma igreja começam um cântico fúnebre: “Por quem os sinos dobram? Ou, Quem morreu?”. O poema de John Donne diz: “A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso, não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” Não é preciso dizer muito, para que o leitor compreenda uma história focada na solidão. Um ser humano não é apenas uma peça alheia, mas é uma pedra fundamental na construção da vida. O que vale ao final é “o bem maior”, pelo qual vale a pena se sacrificar. E em meio a todo o conflito, desesperança e crueldade, há espaço para o amor. Mas, prepare-se para perceber que na luta pela sobrevivência, existem mocinhos e vilões dos dois lados da trincheira, e que muitas vezes as pessoas se reconhecem no oponente, e precisam agir mesmo assim. Na chama que sobe existem duas chamas: uma branca, que brilha e clareia, tendo uma raiz azul na ponta; outra vermelha, que é ligada à madeira e ao pavio que queima. A chama branca sobre diretamente para o alto e, embaixo, foca firme e vermelha, sem se desprender da matéria, provendo os meios para a outra arder e brilhar. O valor a conquistar da chama é a Luz. A Luz é então uma supervalorização do Fogo. A Iluminação é realmente uma Conquista. É preciso que a chama branca extermine e destrua as grosseiras que a alimentam, e a dificuldade que a chama grosseira tem para tornar-se chama branca, para conquistar este valor dominante, é a “Brancura”. Talvez para quem os sinos dobram estivesse tão mal, que Judas sequer imaginou que os sinos dobravam por ele. A vida não é feita de reviravoltas e grandes acontecimentos o tempo todo. A vida é feita da junção dos pequenos acontecimentos cotidianos e das pessoas com as quais se relaciona. É preciso compreender os porquês dos julgamentos de cada fato. A chama purificada, purificante, clareia os olhos e a alma. É preciso queimar as iniquidades dos olhos e da alma que se alojam no coração, e quem brilha bem, brilha alto, pois, consciência e chama, têm o mesmo destino de verticalidade. Essa potencialidade precisa acordar. É preciso sair das amarras do passado que impossibilitam desabrochar e tentar, pois, a real tragédia da vida é quando o homem tem medo da Luz. Quem pode removê-lo desse sino no momento em que um pedaço de si próprio está passando para fora deste mundo? É preciso confrontar os problemas, e a resposta para uma situação limite encontra-se na consciência existencial de cada ser humano. Todo sofrimento é experimentado por alguém que está vivo. Por isso, Cristo levará até o final Sua missão. Ele irá para a cruz, mesmo sabendo que existem ações erradas dos dois lados de uma guerra. Este sino que conta sobre a Sua aflição, faz brotar a chama da paixão que se aplica em cada ser humano. A simples chama da vela designa bem esse destino, ela que vai, deliberadamente, para o alto e volta ao lugar próprio de sua morada, depois de ter cumprido sua missão embaixo sem mudar seu brilho para nenhuma outra cor além de branca. Portanto, não se deve deixar a Luz dormir, é preciso se apressar em acordá-la. Em João 12.5, se tem uma fala de Judas Iscariotes onde ele estipula o preço do líquido que aquela mulher carregava no vaso de alabastro em trezentos denários, o que equivalia a um ano de salário de um trabalhador da época, ou, como simples curiosidade, dez vezes mais do que o valor que Judas mesmo recebeu para trair o Mestre. O poder da chama é sua influência sobre o homem. A luz penetra no homem através dos olhos, porém, exerce sua influência também sobre a iluminação da mente e da alma. O homem está condenado a ser livre, posto que sempre ele terá uma opção de escolha: mesmo diante de A, pode optar por escolher não- A e apagar seu brilho. Há momentos de extrema violência pelos relatos por seus próprios olhos, e o fim trágico é sua própria morte. E assim, de cada pequena morte, Judas construiu o caminho para a sua. A luz da chama, com o fogo que sobe e desce, não é estática, mas muda constantemente de cor e forma; está em eterno movimento. Por isso o homem se deleita na contemplação do fogo, que lhe recorda seu próprio movimento interior, seu desejo de avançar e mudar, obter resultados, elevar-se constantemente. O episódio da Sarça Ardente é o primeiro encontro entre Deus e Moisés, e é a partir deste encontro que se inicia um relacionamento. Esta Luz conduzirá Moisés a Terra Prometida. É preciso aprender a aproveitar a Presença. A face de Moisés mostrou-se tão brilhante, que ele teve que cobri-la com véu, para que as pessoas pudessem olhar sua face. Mas, Judas, apagou sua chama em se julgar melhor como faz todos os arrogantes. Ao ver o seu estado de pecador, soube que os sinos dobravam também por ele. O caminho da libertação não permite a Presença da opressão. Os sinos tocaram suavemente por uma mulher sem nome, mas arrependida. E por isso, não perguntes “Por quem os sinos dobram?” É certo e inevitável, que o ontem não pode determinar o hoje e, na dinâmica da transformação humana é preciso acolher o outro no projeto do bem. O apelo angustiante daquela mulher, da infâmia sobre seu nome, as incompreensões e desrespeito dos olhares opressores, não a impediu de lutar pela sua nova vida. Ela foi quebrando a barreira do preconceito e foi direto para os PÉS do SENHOR Jesus Cristo. O lugar dos verdadeiros adoradores. Esta conexão mostra que o SENHOR também se dobrou por você. “MÔNICA DRUZIAN” Ref: Poeta inglês do século 17, John Donne-Meditações VII.

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